Pessoas de máscara, na rua, em fila, de pé, mantendo distanciamento social e ao sol aguardam a sua vez por uma consulta. Este é o retrato atual da nossa UCSP e possivelmente de outros Centros de Saúde da mesma dimensão.
O modelo de organização do espaço e de funcionamento imposto pela Autoridade Nacional de Saúde, foi implementado para a fase de mitigação da COVID, a mais grave na resposta à doença. Desde o dia 26 de março, data da entrada em vigor da fase de mitigação, muito tem mudado para melhor: os indicadores da pandemia são encorajadores e, por consequência, o Governo está a implementar sucessivas fases de desconfinamento gradual da população e dos serviços.
Sem registo de novos casos COVID há várias semanas na nossa UCSP, é cada vez mais incompreensível, para os utentes, a manutenção de um modelo de organização do acesso aos cuidados de saúde tão incómodo para pacientes não-COVID como aquele que se verifica atualmente.
Constatando este facto, a Ur’Gente, através de Ana Margarida Amado, enviou há duas semanas um alerta, em forma de pergunta, ao Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS Pinhal Litoral), entidade que tutela a unidade de saúde de Porto de Mós. Nessa comunicação, a presidente da Ur’Gente questionava «se a área COVID da UCSP de Porto de Mós não estará a revelar-se sobredimensionada para as necessidades locais.» acrescentando que «esta avaliação torna-se de particular relevância tendo em conta que várias populações do concelho se encontram sem médico de família presencial há várias semanas, situação que causa alguma perturbação nos utentes.»
Em resposta, o ACeS informou que a UCSP de Porto de Mós «tem vindo a reduzir o seu horário de forma a consumir o mínimo de recursos humanos.»
Esta resposta, pouco concreta e, por isso, insatisfatória, foi dada numa altura em que o quadro diretivo do Agrupamento de Centros de Saúde estava em processo de renovação, motivo pelo qual a Ur’Gente tem fundadas expectativas que possa ser elaborada uma resposta efetiva pela nova diretora executiva do Agrupamento, a Dr.ª Delfina Carvalho.
A incompreensão dos utentes pela falta de ajustamento do modelo de atendimento às atuais circunstâncias da pandemia está bem patente nesta publicação de uma utente que se deslocou à UCSP para um tratamento de enfermagem.
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