Enquanto os cidadãos se manifestam…

Comunicado nº 4/2019 de 6 junho

Contestação da presidente da comissão instaladora da Ur’Gente, Ana Margarida Amado, às declarações prestadas pelo presidente executivo do ACES Pinhal Litoral ao “Jornal de Leiria” a propósito da manifestação do passado dia 24 de maio.

Foi com particular interesse que li as declarações do diretor do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral, Dr. Pedro Sigalho, na sequência da manifestação de utentes (do SNS) de Porto de Mós, publicadas na edição de 30 de maio deste jornal.
Pelas declarações apresentadas pareceu-me que o Dr. Sigalho não teria compreendido a génese da manifestação. Mas ela foi bem clara e não teve qualquer conotação política, ao contrário do que sugeriu. Trata-se de um direito cívico legítimo do cidadão em exigir as condições que lhe garantam o acesso aos cuidados de saúde primários de saúde, sendo que o encontrar de soluções adequadas deve ser o apanágio das instituições competentes. Não posso deixar de questionar se o Dr. Sigalho tem em conta que, do ponto de vista do utente, o acesso aos cuidados primários de saúde só está garantido quando um médico está presente. Não podemos confundir “ter médico de família nos relatórios estatísticos” e ter “médico de família efetivo”.
Diz o Dr. Sigalho que supostos casos de violência sobre dois médicos estarão a “afugentar” os profissionais os profissionais de saúde do concelho. No que que toca a casos de ameaças a um médico, só posso dizer que, a ter ocorrido, é grave e condenável, devendo o caso ser entregue às autoridades competentes para investigação. No que respeita ao suposto caso de “ciber-violência” só posso dizer, mais uma vez, que, que o direito à indignação e protesto, feito de forma cívica, assiste a qualquer cidadão. Mas não confundamos um relato de factos na extensão de saúde em causa, que estão documentados (e devem ser do conhecimento do Dr. Sigalho), com um ataque personalizado a um profissional e muito menos com ações de violência de qualquer tipo.
Para terminar, não posso deixar de perguntar ao Dr. Sigalho se, em algum momento, pensou em responder em tempo útil às missivas que lhe foram enviadas; e se lhe ocorreu encontrar uma solução digna para os problemas de acesso aos cuidados de saúde que a maioria dos utentes do SNS de Porto de Mós enfrenta. E se, finalmente, compreendeu que toda esta situação poderia não ter ocorrido se a população não se tivesse sentido tão negligenciada. As respostas a estas perguntas poderão fazer toda a diferença para as populações!
Ana Margarida Amado

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