Violência é que Não!

Para o Engº João Gabriel, presidente da Ur’Gente, os profissionais de saúde e os utentes têm um caminho a percorrer para melhorarem a relação, apesar da enormes dificuldades que atravessamos no acesso a cuidados de saúde e e dá algumas sugestões para que o local de atendimento seja mais seguro, mais empático e menos stressante…

A violência verbal ou física sobre os profissionais da saúde deve ser socialmente intolerável e motivo de vergonha alheia. Nós, na Ur’Gente, sentimos uma mágoa profunda quando tal acontece.
Mas para combater este problema é necessário ir à sua raíz. A falta de médicos e a consequente negação de acesso a uma consulta são razões apontadas como a causa principal. Verifica-se que o Estado está a falhar ao não ga- rantir a todos os cidadãos o direito constitucional de acesso a cuidados de saúde.
Em qualquer caso, respeita quem, cuida.
Focando-nos nas práticas diárias das unidades de saúde, identificamos, em alguns casos, a existência de padrões de comunicação que funcionam como gatilhos da violência verbal durante o atendimento.
A desvalorização das razões dos utentes, a falta de compaixão e empatia colocam o utente numa situação de elevado stress emocional perante o beco sem saída que lhe é apresentado.
Os utentes precisam de sentir que, apesar das dificuldades, não estão sós na sua necessidade de cuidados médicos, precisam de uma explicação plausível dada num tom empático e amistoso.Precisam ser acolhidos e não ignorados. Mas, mesmo que se sintam abandonados à sua sorte, nunca devem adotar uma atitude violenta que só agrava a situação.
Em qualquer caso, respeita quem, cuida
Cada problema tem uma solução Não-Violenta. A Ur’Gente está disponível para ajudar os nossos associados e os utentes em geral que o solicitem, a fazerem reclamações formais sobre qualquer procedimento que negue o seu di- reito de acesso aos cuidados de saúde e aconselha a inscrição no Plano de Saúde para Todos do Município de Porto de Mós. Este Plano pode ser a porta de saída para situações que a nossa Unidade de Saúde não está ainda em condições de resolver.
Depois, acreditamos que investir na formação dos assistentes clínicos qualificando-os com ferramentas de relações humanas e contacto com o público permitiriam uma abordagem mais empática e eficaz na relação com os utentes.
Em qualquer caso, respeita quem, cuida
A introdução de mecanismos de gestão de filas de espera- ou de marcações por telefone, por exemplo, para as consultas de intersubstituição ou consultas abertas, poderiam ajudar a evitar muitas situações potenciadoras de stress e violência verbal.
Todos temos um caminho a percorrer para tornar a UCSP um local mais seguro, mais afável e respeitoso. Quem en- tra na nossa Unidade de Saúde e seus polos não é um nú- mero. É um cidadão, um ser humano disfarçado de utente, de assistente clínico, de enfermeiro ou de médico…
Respeita quem cuida!
João Gabriel
Presidente da Ur’Gente

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